Estamos logo depois da segunda guerra mundial, e os EUA se
encontram em uma ditadura liderada pelo Major, homem sério e um tanto macabro
pro meu gosto.
Um novo reality show, se podemos chamar assim, foi criado, e
ele se chama A Longa Marcha. Cem jovens entre 12 e 17 anos são escolhidos entre
os milhares dos inscritos para participar desse esporte, colocados na fronteira
entre o Canadá e o Maine e postos para andar a velocidade de 6 milhas, mais ou
menos 9km/h. Ao andar abaixo dessa velocidade, um aviso é dado. Três desses avisos e o competidor ganha um tiro na cabeça. Ganha quem sobreviver. O prêmio? O que sua imaginação e muito dinheiro conseguirem criar.
O livro não é focado na parte política da história e sim no
que se passa entre os caminhantes. O livro é narrado por um deles, Ray Garret e como ele vê seus companheiros de passeio. O que ele sente, tanto física quanto
emocionalmente e nos mostra a que ponto uma pessoa pode chegar ao atingir o limite da exaustão, e como estar na beira da morte, literalmente com uma arma apontada na cabeça, faz os pensamentos e crenças mudarem.
A violência é explicita e você fica com tanto nojo e raiva
quanto qualquer um que esteja caminhando junto. E pra mim a pior parte é que
nenhum deles está de fato obrigado a estar naquele lugar, a fazer aquilo, mas a
mente das pessoas nesse universo ( Só nesse? ) estão tão alienadas que chega ser uma honra participar. Mas não é. É desumano e mortal, dali ninguém sai vivo.
Não consegui pensar em nada quando acabei o livro, tudo o
que se passava na minha cabeça era, “Não é justo”, você não sente o que vai
acontecer, e eu não estou falando de quem vai ganhar a Marcha e sim no livro em
si, em tudo o que foi lido. Recomendo muito o livro, mas tenham consciência que
ele pode ser bem feio.
" Olhos cegos, mãos suplicantes estendidas como se pedindo esmolas, andou na direção da figura escura.
PS: Aí em baixo tem o link pra quem quiser baixar e ler o livro, ele não existe mais no mercado, infelizmente. O link é do site Lêlivros, ótimo site pra se baixar livros, nunca deu problemas pra mim! :)E quando a mão tocou-lhe novamente o ombro, conseguiu, de alguma maneira, encontrar forças para correr."